Fase de transição
Aos mais apegados (como eu) é necessário lembrar que não temos que chorar por aquilo que está sendo limpo de nossas auras, de nossas vidas, enfim… de toda a trajetória espiritual que trazemos em nosso DNA.
Muitas vezes nos sentimos impotentes e parece que nada do que fazemos para melhorar dá um resultado efetivo, mas, ledo engano (como diriam os mais antigos), tudo à nossa volta e dentro de nós muda constantemente.
Grande prova disso está acontecendo agora em toda a face do nosso planeta Terra, nossa mãe Gaia, como toda mãe amorosa, nos avisa muitas vezes da necessidade da mudança… como ainda somos muito teimosos (como qualquer criança aprendendo a “ganhar” o mundo) ela acabou recorrendo a uma lição um pouco mais “dura” (para alguns mais que para outros, como costuma acontecer com uma mãe educando vários filhos ao mesmo tempo).
Tivemos que nos “recolher”, ficar no “cantinho do pensamento” para podermos analisar a nossa própria caminhada… neste percurso algumas coisas serão “perdidas”? sim, algumas (ou muitas) não farão mais sentido algum… por nossa conta e risco desistiremos de várias atitudes que já não servem mais para a maturidade que desejamos (afinal, qual a criança em fase de crescimento deseja continuar a ser chamada de criança?)
Se conseguirmos ver nesta situação mundial um paralelo com a nossa própria evolução como pessoas, estaremos, penso eu, no caminho mais adequado para entendermos que nada do que acontece é castigo, mas simples reflexo da evolução, absolutamente necessária de todos os seres (inteligentes e pensantes, principalmente).
Quantas e quantas vezes em nosso crescimento pessoal não nos “escondemos” dentro de nós mesmos, dentro de nossos quartos e agora com a tecnologia: dentro de nosso mundo virtual, para repensarmos o nosso próprio mundo e tentarmos descobrir a nossa razão maior de estarmos vivendo?
Nesta fase, por muitos chamada de “aborrescência”, quantos de nossos questionamentos tomam vida e nos fazem colocar em dúvida milênios de “ensinamentos” que nos parecem incoerentes, para dizer o mínimo e absolutamente sem sentido para tentar dar um sentido ao que conhecemos como questões culturais e sociedade na qual vivemos?
Quantas vezes perdemos o sono para tentar responder perguntas que para nós tem o mais sagrado sentido e para o resto do mundo parecem ser apenas coisas banais?
Pois é… faz parte da nossa evolução, não é mistério algum o que acontece com todos, em maior ou menor grau e muitas chamam de “depressão da adolescência”… só que ela não fica restrita a essa fase, a essa idade, muitas vezes nos acompanha o restante dos nossos dias de vida terrena.
Transpondo para o que acontece neste momento em todo o planeta com a descoberta do Covid-19, um novo coronavírus bastante agressivo e de rapidíssima disseminação, podemos fazer a seguinte análise: quantas vezes escondemos de nós mesmos atitudes que devemos tomar em função do que o “outro vai pensar”?
Quantas vezes desejamos mudar por encontrarmos em nós respostas mais plausíveis e descobrimos que a sociedade à nossa volta “condena” o que estamos considerando ser muito mais adequado ao que existe no momento?
Quantas vezes sentimo-nos absolutamente sozinhos em nossas crenças, que nos parecem muito mais amorosas e dignas de serem compartilhadas do que a ganância financeira que existe e da qual não queremos fazer parte pois sentimos em nossa alma que o ser deve prevalecer ao ter?
Quantas vezes o nosso sonho de um mundo mais amoroso, mais irmão e mais fraterno é suplantado pela triste e dura realidade que encontramos ao abrir os olhos pela manhã e notarmos que mesmo os nossos melhores esforços mudam muito pouco desta realidade que vivemos e isso, além de nos entristecer acaba nos desestimulando?
Pois é… e aí chega um coronavírus, um ser absolutamente “invisível” a olho nú e nos coloca na “obrigação” de nos fazer olhar para dentro de nós mesmos, abrir gavetas internas, tirar o pó de sonhos e desejos, reorganizar as pastas com os projetos pessoais e até comunitários, reencontrar sentido para o amor e a compaixão, além de absolutamente dizer que a cooperação e a caridade são essenciais neste momento.
Como ficamos nós? Acredito que com a profunda certeza de que a nossa fase de “adolescência” como planeta está certa… temos que nos unir… conscientizar a nós mesmos que a força do bem, a fé, a confiança, a cooperação e tantos valores tão caros ao nosso coração realmente valem a pena, não apenas ser “ressuscitados”, como também, fortalecidos ao máximo.
Quantas correntes de oração pelo mundo, quantas pessoas tentando ajudar-se mutuamente em coisas tão simples como ir ao mercado ou compras de farmácia, quem sabe, para os mais velhinhos os jovens auxiliem a levar o cãozinho para passear… a tecnologia usada para unir e aproximar pessoas que antes se distanciavam por achar mais atraente “conversar” com alguém que não as conhecesse pessoalmente.
Hoje, para toda a engrenagem social, financeira, educacional que temos e tantos outros segmentos, a tecnologia, enfim, ganha o espaço adequado, aquele de auxiliar, efetivamente a manter a vida humana no planeta, conectando, enfim, as pessoas em vez de afasta-las, não porque a tecnologia “seja má”, mas simplesmente porque estamos fazendo um uso mais adequado e necessário a ela, aprendendo, enfim, a que ela veio para fazer parte de nossas existências.
Quantas vidas salvas não apenas em termos médicos, como também em termos sociais, pessoais, psicológicos, emocionais… somos um grande planeta unindo forças para melhoramos como conjunto… um grande sistema que, de enfermo que estava, usa um último recurso, um recurso “extremo” para continuar vivo e ganhar saúde a cada novo suspiro…
O recurso extremo da mãe que dá uma palmada no filho para ver se ele entende que está indo no caminho errado e que, pela dor, compreenda a amorosa atitude que tenta acorda-lo para descobrir o seu maior e melhor potencial: o grande AMOR que há dentro de si e que, conjuntamente com a sua imensa LUZ tem todas as condições de CRESCER E EVOLUIR alcançando todos os DONS do Universo.
Sejamos LUZ e AMOR, estamos recebendo mais uma grande chance de aprendizado, interno e externo, micro e macrocosmo unindo-se para ganhar a imensidão de todos os grandes aprendizados já passados a nós.
Sejamos a humanidade que dá certo, mesmo com este “empurrão” necessário, não desistamos de nossa melhor condição de “poeira de estrelas”, herdeiros lindos e maravilhosos deste infindável Universo que está conspirando para que façamos o nosso melhor e ganhemos o nosso “diploma” com todos os méritos a que temos direito..
Namastê! GRATIDÃO!
Leatrice Coli Ribeiro Pedroso
Academia Santanense de Letras – cad. Nº 24
(opinião particular, não necessariamente reflete o pensamento dos Confrades)
Permitida a reprodução desde que mantidos os créditos.
Escrita em Porto Alegre – RS – Brasil
Imagem gerada por IA – editada
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