Os últimos serão os primeiros
Já parou para realmente desvendar o que este ensinamento muito especial quer nos dizer num sentido de provocação de postura de vida???
Tirando todo o romantismo da frase e também deixando de passar a mão na cabeça de quem quer que seja e muito menos “escondendo o sol com a peneira”, para nós, meros mortais, acostumados ao “bem bom” e às zonas de conforto, pode simplesmente querer dizer algumas coisas muito doídas e nem um pouco confortáveis de serem ouvidas…
Os últimos serão os primeiros, claro, a ver todos os demais que agem indo em busca de seus sonhos, enquanto cada um de nós, que apenas pensa e não coloca nada em prática, somos os primeiros a ficar para trás, a ficar parados, estagnados no que gostamos tanto: nossa zona de conforto.
Os últimos serão os primeiros, com muita certeza, a sentirem-se desalentados consigo mesmos por não terem a coragem de se olhar no espelho e dar-se uma injeção de ânimo para enfrentar mais um dia, mesmo que ele tenha muitos desafios a serem vencidos.
Os últimos serão os primeiros, mais uma vez, a ficarem sem ir para a academia, para um encontro com amigos, para um passeio no parque, por pura preguiça de levantar e fazer um movimento pró-ativo em seu próprio benefício.
Os últimos serão os primeiros a deixarem passar muitas boas, ótimas e também excelentes oportunidades de manifestarem seus melhores dons, por medo das opiniões alheias a respeito de suas próprias capacidades e, o pior, é que ouvem e internalizam as chamadas “críticas construtivas” daqueles que fazem menos que eles e que também estão em situações piores que as suas.
Os últimos serão os primeiros a desistir de forma bombástica de seus melhores sonhos e projetos por acharem que não merecem algo melhor na vida, seja pessoal, profissional, em relacionamentos amorosos e familiares ou de qualquer tipo.
Nem sempre vamos estar em nossos melhores dias, isso é natural e mais comum que podemos imaginar, mas há algo importante a relembrar aqui: somos seres construídos interna e externamente para o movimento, não para a estagnação.
Podemos perfeitamente entender que, mesmo que não sejamos os primeiros a chegar em nossas metas desejadas, podemos, com certeza, ser os últimos a desistir, os últimos a “jogar a toalha”, os últimos a deixar de agir em nosso benefício e do próximo a quem desejamos, por algum motivo, ajudar.
Entendem? não é questão de romantismo, de frases feitas, de instruções “sagradas”, de ensinamentos de gurus ou avatares religiosos ou filosóficos, é simplesmente o entendimento da vida e o posicionamento que desejamos ter em relação a ela.
É compreender que tudo nesta mesma vida é um processo, que não há vitória instantânea, que temos que realizar um pouco a cada momento, a cada dia, sem parar e, mesmo que em uma etapa ou outra pareça que apenas nos arrastamos, tenhamos em mente que uma construção é feita tijolo a tijolo, não nasce “pronta”, é montada aos poucos e, muitas vezes, desmontada e remontada para ficar ainda melhor.
Compreender que, se queremos ser os primeiros deveremos ser os últimos a “deixar para lá” mais um dia de novos desafios, que deveremos ser os últimos a “chorar pelo leite derramado”, pois entendemos que sempre há a fonte do leite, apenas devemos buscar mais.
Pode não ser um exercício fácil a princípio compreender que ser o último a desistir deve ser o que nos move para que nossa postura em relação a nós mesmos seja fortalecida a todo instante, mas, com certeza, esse deve ser um desafio bem interessante de acrescentarmos a nossos dias.
Ser o primeiro a estar sempre em movimento e ser o último a ver qualquer desafio ou dificuldade como um inimigo, mas sim como um aliado ao crescimento e fortalecimento constantes.
Os últimos a desistirem serão os primeiros a verem seus esforços valorizados e recompensados com o sucesso e vitória que desejam e não por um “milagre” de algo ou alguém externo, mas sim, como a construção definitiva de um Ser capaz de remodelar-se quantas vezes sejam necessárias para enfrentar em si mesmo o processo contínuo da maturidade da vida.
Sejamos leais a nós mesmos e aos nossos sonhos mais profundos — eles existem porque carregam o mesmo impulso que nos faz ser os primeiros a agir a cada dia e os últimos a desistir da esperança de que o sol sempre trará um novo amanhecer.
Leatrice Coli Ribeiro Pedroso
Academia Santanense de Letras – cad. Nº 24
(opinião particular, não necessariamente reflete o pensamento dos Confrades)
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